Meu escritor favorito.
Coletânea, editora Perse, 2024
De mim para mim (M. S. Oliveira)
Seria presunçoso
Uma auto eleição?
Uma escolha
De mim para mim?
Pois bem;
Anos 80
Família de
Professores.
Alto sertão,
A cerca,
A seca, o ferro
Do portão.
De pai
Político,
Professor e
Protético.
Mãe guerreira,
Professora,
Costureira.
Minha
Infância,
Poucas
Lembranças.
Com o tempo
E, apesar do
Reconhecimento,
Há ainda
Certo tormento.
Uma vida
Em contínua
Aflição.
Entre rimas
E versos, soluços
Imersos
Na desolação.
Cada linha
Em prosa
Remonta
À fúria,
Silenciosa.
Presa,
Sufocada;
Na família
Marginalizada.
Foi minha
A liberdade;
À crueldade,
Mantinha.
Livros,
Coletâneas,
Artigos...;
Circos,
Insônias,
Castigos...
Nasci
No berço
Errado.
Mas não
Calo,
Embalo.
Resisto,
Persisto,
Insisto
À tormenta
De anos
E a passada
De panos.
Por trás
De um nome,
Uma semente
Que sente.
Escritos,
Manuscritos,
Folhas,
Gritos...
Noites
A fio;
Pulso
Em desafio.
A esperança
Perpassa,
Não disfarça,
Amordaça.
O lacre,
O ponto
(Final?);
A benção,
Total.
Mais de
20 anos
De punho
Prostrado,
Acirrado,
Fechado.
O sol
Escaldante
É do Nordeste;
Terra de “cabra
Da peste”.
À sombra
Descansa;
A pena,
Do carcará,
No tinteiro,
Dança.
E assim
Continuo
Na solidez
Da solidão.
Mas
Nada
Me foi
Em vão.
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